Meses depois dos primeiros impactos proporcionados pelo Coronavírus, empresas estão aprendendo a lidar com o “novo normal”.
Algumas estratégias já foram implementadas e novos desafios surgem constantemente, fazendo com que as organizações necessitem estar sempre atentas.
Neste episódio do Legal Talk, Vitor Massoli (NANKRAN & MOURÃO) conversa com dois gerentes jurídicos, Patrícia Antunes (Embaré Indústrias Alimentícias S.A.) e Jerônimo Neto (Quebec Engenharia), sobre a perspectiva interna empresarial de como as coisas estão seguindo dentro desse “novo normal” ocasionado pela pandemia.
Eles discutem as perspectivas e experiências de cada setor sobre este novo normal. Quais vem sido os maiores impactos do COVID-19 nos segmentos que trabalham com obras e naqueles que trabalham com alimentos. Quais foram as implementações visando o “novo normal” e o que surgiu neste contexto e permanecerá para o futuro.
Impactos do coronavírus nos segmentos de obras e alimentação
O caso Quebec
Antes mesmo dos grandes impactos no Brasil, no início da pandemia, fornecedores chineses comunicaram que algumas obrigações seriam atrasadas. Foram os primeiros sinais de que algo estava acontecendo.
Foi importante que a Quebec, desde o início, tivesse uma postura proativa para lidar com essa situação completamente nova. Obras foram paralisadas, enquanto entendiam e implementavam medidas de segurança e prevenção em relação à pandemia.
Muitas regras foram alteradas ou adicionadas, como o uso obrigatório de máscaras. Além disso, com o passar do tempo, foi necessário desenvolver protocolos de distanciamento social e quarentena. No caso da Quebec, Jerônimo explica:
“Quando o funcionário chegava na obra, ele tinha que ficar um período isolado, tinha que fazer teste… Então, as nossas obras foram bem impactadas por isso”.
A sede da empresa também foi afetada e passou por mudanças. Foi adotado o regime de trabalho home office, que continua efetivo até o momento da gravação do podcast.
E diversos outros protocolos foram implementados e desenvolvidos para serem respeitados tanto nas obras quanto na sede.
O caso Embaré
Inicialmente, houve um período de incerteza, em que não se sabia quanto tempo a pandemia iria durar e quais atitudes as empresas deveriam tomar.
Na Embaré, optaram pela realização um comitê de gestão de crise com participação ativa da diretoria, que se reunia diariamente para encontrar as melhores medidas.
Inicialmente, foi decidido afastar aqueles trabalhadores que se enquadraram nos “grupos de risco”. E, então, com um pouco mais de tempo, foi escolhido o regime home office para os profissionais de escritório e de diversas filiais.
Um dos desafios foi entender como proteger os profissionais que trabalham nas fábricas, que não podiam parar a operação.
A solução encontrada foi implementar um plano bastante rígido de controle, fornecimento de APIs para os funcionários, controle de temperatura, etc.
Porém, Patrícia também comenta sobre como isso se tornou ainda mais imprescindível devido à localização:
“A nossa fábrica fica em Lagoa Da prata, no interior de Minas Gerais. Lá o comércio continuou funcionando normalmente, as atividades estavam normalizadas, o que aumentou bastante a incidência de casos de COVID na cidade. Então, a gente teve que ter um controle ainda mais rígido com os funcionários da fábrica”
Desafios na continuidade das atividades
Muitos desafios se fizeram presentes desde o começo da pandemia do coronavírus no Brasil, e muitos ainda estão surgindo.
Ainda no início, foi uma questão para o setor jurídico lidar com as novas legislações e medidas provisórias que eram lançadas diariamente. A incerteza que as empresas encontravam eram maximizadas pelo fato de não haver precedentes nos quais basear futuras decisões.
Somado a isso, surgiu uma preocupação com a preservação de caixa, quadro de funcionários e como o mercado iria reagir.
Uma surpresa no setor de alimentos, depois do primeiro mês, foi o aumento significativo da demanda, que fez necessário um planejamento para conseguir atendê-la.
Mas os desafios também geraram transformações positivas.
Houve uma mudança na própria estrutura da Embaré, que passou a ficar mais integrada e a desenvolver ainda mais a comunicação entre as diferentes áreas, com reuniões diárias com todos os setores.
Já para a Quebec, os maiores desafios situavam-se na proteção dos funcionários que realizam as obras. Eles costumam ficar em alojamentos durante estes períodos e foi necessário alterar essas estruturas.
Também foi preciso elaborar estratégias para chegar nas cidades em que as obras seriam realizadas, como transmitir segurança para os moradores, que muitas vezes se preocupavam com a chegada de uma empresa de fora que poderia estar “trazendo o vírus”.
Além disso, Jerônimo fala sobre a relação com as decisões de cada prefeitura:
“A gente tinha uma insegurança muito grande também, após a decisão do supremo de que caberia aos municípios decidir o que funciona e o que não funciona em seu território. Será que a atividade de construção civil será considerada essencial neste ou naquele município?”
Contudo, nenhuma das obras teve que ser paralisada.
No caso das duas empresas, diversas estratégias foram (e estão sendo) implementadas. Algumas estão servindo como propulsoras para a empresa como um todo. E os aprendizados deste contexto parecem preparar os profissionais também para o futuro.
Os desafios existiram e continuam existindo. O cenário continua incerto até o desenvolvimento de uma vacina. Enquanto isso, o “novo normal” é o que está sendo vivenciado no cotidiano.
Confira esse episódio do Legal Talk na íntegra em qualquer plataforma de podcasts! E conheça ainda mais das mudanças e desenvolvimentos gerados a partir da necessidade se lidar com esse “novo normal” e o que fica para o futuro.
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